domingo, 27 de setembro de 2009

O espaço de dois gumes


Ando sem muito o que escrever. Talvez porque na minha cabeça exista um enorme e intrínseco espaço em branco. É como se minha história se resumisse no que foi e no que será. O presente é como um hífen, que apenas liga as duas palavras: passado - futuro. Os dois tempos. Um hífen , aparentemente, não significa nada e não diz nada, só liga um ao outro. Mas lembre-se que mesmo um hífen possui duas extremidades. Um gume no ínicio e outro no fim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

{Além disso daqui?}

To com sono e cansada. O calor dessa cidade devora minha paciência e a sua mansidão me deixa pra baixo. Quero me aventurar. Quero ver o novo e o velho. Quero ver além disso daqui.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escute:

Eu te deixo ser, deixe-me ser então.

[Lispector]

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A visitante noturna

"A verdade é que sem sua mãe, o chalé outrora tão solar foi se deteriorando. E por mais que se erguessem edifícios à sua volta, era a sombra de Matilde que eu via sempre em cima dele. (...) Na época, eu frequentemente amanhecia inquieto, ia acordá-la para verificar o que restava de Matilde em seu rosto. Não era loucura minha, a Balbina também notava que cada dia você perdia mais um traço da mãe, e nesse passo já perdera todo o desenho original da boca, fora o negro dos olhos e a tez acastanhada. Era como se na calada da noite, Matilde passasse para buscar suas coisas no rosto da filha, em vez dos vestidos no armário ou dos brincos na gaveta."
      Trecho de Leite Derramado, Chico Buarque.